A Câmara Municipal de Odivelas assinalou, no sábado, com uma “Noite de Serenas”, o Dia Nacional do Estudante que anualmente se celebra a 24 de março. O evento aconteceu no magnífico jardim da Quinta do Espírito Santo, em Odivelas, teve uma assistência de mais de 300 espectadores e contou com atuações de 5 tunas académicas, duas masculinas, duas femininas e uma mista, vindas de Lisboa e de Coimbra.
Também assistiram às brilhantes atuações das tunas convidadas o Vereador do Desporto, Francisco Batista e o Presidente da Junta de Freguesia de Odivelas, Nuno Gaudêncio.
NostraTuna
Tuna Feminina da Universidade de Letras de Lisboa, fundada em 2018. Nasceu do desejo de que aquela instituição de ensino tivesse um espaço onde as suas estudantes pudessem à asas à sua criatividade musical através da sua voz, e de instrumentos musicais, honrando a amizade e o espírito académico que as caracteriza.
VenusMonti
Tuna Masculina da Faculdade de Direito de Lisboa, fundada a 25 de abril de 1996, na sequência da cisão da tuna mista aí existente. A nova tuna não esquece as origens que ditaram o seu destino, por isso, reconhece-se como uma tuna com uma ideia de futuro no qual prima pela persecução de um novo ideal musical que a caracterize pelos anos vindos
Tunassa
Tuna Feminina do Instituto Superior de Agronomia, fundada em 1995 por um grupo de estudantes com gosto pela música, e inspirados pelo espírito académico, que se juntaram e venceram todos os obstáculos que surgiram para conseguir o objetivo de criar uma tuna feminina no seu Instituto.
Nos dias de hoje, mantendo a tradição não alteraram a receita inicial: uma doze de Nabiças, a irreverência das Caloiras, o espírito das Tunantes e a experiência e carinho das, tudo bem mexido e voilá originou esta grande família.
PalaTuna
Tuna masculina da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa. Criada a 14 de novembro de 2017 é um projeto de grande ambição e em expansão.
QuanTuna
Tuna Mista da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, foi fundada exclusivamente por estudantes de Física e teve a sua primeira apresentação pública em 02 de abril de 1996. O seu nome teve origem no conceito físico “quantum” que significa quantidade elementar indivisível.
No final do espetáculo o DO Multimédia conversou com o Vereador Francisco Batista.
Dia Nacional do Estudante
A 8 de maio de 1987 que a Assembleia da República Portuguesa estabeleceu o dia 24 de março como Dia Nacional do Estudante. O decreto (n.º 77/IV) consagra a data, tendo como objetivos “o estímulo à participação dos estudantes na vida escolar e da sociedade” e a “cooperação e convivência entre os estudantes“.
O decreto destaca também como metas “a democratização e o desenvolvimento do ensino”, bem como “a ligação dos estudantes com a comunidade“.
Este dia foi criado como símbolo e memória das lutas dos estudantes contra a ditadura fascista. Foi a 24 de março de 1962 um conflito se abria entre os estudantes universitários portugueses e o regime fascista de Salazar. . Depois da proibição das comemorações do Dia do Estudante, milhares de estudantes realizaram “uma concentração na Cidade Universitária, como protesto às determinações do Ministro da Educação“, segundo notícia de “O Século”. O conflito acabaria por durar vários meses com greves às aulas, cargas policiais e detenções de estudantes.
A 17 de abril de 1969 foi inaugurado o Edifício das Matemáticas, na Universidade de Coimbra. Na véspera, o reitor negou o pedido dos estudantes para ter a palavra durante a cerimónia. Em resposta o presidente da Associação Académica de Coimbra, Alberto Martins, dirige-se ao Presidente da República, Américo Thomaz: “em nome de todos os estudantes da Universidade de Coimbra, peço para usar da palavra” pedido que foi ignorado. Então Alberto Martins subiu para uma cadeira, faz o seu discurso e oferece a palavra a outros estudantes.
A PIDE não perde tempo e nessa noite sete agentes prendem Alberto Martins. Um grupo de estudantes exige a sua libertação que tem como resposta uma carga policial. Passados cinco dias é decretado Luto Académico começando a crise académica de 1969 que dura o resto do ano com greves estudantis, um cerco da Guarda Nacional
No Dia Nacional do Estudante de 1992 milhares de estudantes do secundário e da universidade saíram à rua em protesto com manifestações em Lisboa, Coimbra, Porto e Aveiro em protesto contra o aumento de propinas anunciado por Aníbal Cavaco Silva e a existência da Prova Geral de Acesso, uma prova de cultura geral obrigatória para quem queria entrar no Ensino Superior que existiu entre 1989 e 1993. Os protestos continuaram durante o resto do ano, e em maio e novembro de 1993. A manifestação de novembro de 1993, em frente à Assembleia da República, seria mesmo carregada violentamente pela polícia. Em 1994, alguns milhares de estudantes manifestam-se no mesmo local, desta vez a protestar contra as Provas Globais. De costas para o parlamento alguns estudantes baixaram as calças e mostraram o rabo.