Carla Fonseca lançou segundo livro de Poesia

No ambiente único do Claustro do Mosteiro de S. Dinis e S. Bernardo, foi lançada, a 13 de julho, a obra poética “Renascer sem Ti” a segunda incursão pela poesia, depois de “Amanhecer sem Ti” da autora Odivelense Carla Fonseca.

O lançamento, produzido, em parceria, por duas associações culturais do concelho de Odivelas, a Anzol Castiço e a Esquerda Alta, teve a participação das atrizes Marta Pina e Inês Fonseca e do ator Armando Miranda que leram poemas de Carla Fonseca incluídos no seu livro.

A mesa do evento teve a seguinte composição: João Pico, que leu uma mensagem do Psicólogo Nuno Fradique, que por motivos imprevistos não pôde estar presente, João Simões, da Associação Cultural Anzol Castiço, Carla Fonseca, autora, Henrique Ribeiro, da Editora Ideia Fixe e Júlio Fonseca, pai da autora e autor do prefácio dos dois livros já editados de Carla Fonseca.

Profunda honestidade no que escreve

Foi assim que Nuno Fradique apresentou a obra de Carla Fonseca:

«Neste livro, Carla Fonseca continua o tema já explorado na obra anterior, “Amanhecer Sem Ti”, fator espelhado no próprio título da obra “Renascer Sem Ti”.

No fundo, desenvolve um tema que pode ser sintetizado através do poema de Miguel Esteves Cardoso, “Como é que se esquece alguém que se ama?”. Reflete as ondas do luto da perda: o desespero seguido de ondas de acalmia. Ao contrário do primeiro volume da autora, esta obra oferece-nos um final para os sentimentos da autora. Esta acaba por elevar-se, como a fénix, das cinzas do desespero, renascendo como um novo “eu”. Este novo “eu” desapega-se do passado, conseguindo o controlo das suas emoções e adquirindo um olhar frio, racional, sobre o “outro” e o próprio luto.

Não se focando apenas no lado positivo da relação passada com o “outro”, encara os seus defeitos, o seu carácter “charlatão” como refere. O desespero e a mágoa dão lugar a uma certa frieza e desprezo pelo “outro”, que lhe permitem terminar a segunda obra com palavras de triunfo, fruto do seu renascimento pessoal.

Efetivamente, este segundo livro emana um poder e jogo de palavras diferente do primeiro. Fator esse, patente também na nova imagética do mar revolto, da tempestade ou do ato de tatuar, como metáforas para os sentimentos da autora. No fundo, a natureza como espelho do íntimo da escritora.

A opção por não utilizar qualquer tipo de pontuação nesta segunda obra, demonstra, quiçá, alguma influência de Saramago. Já o expor o seu íntimo, sem constrangimentos, relembra a poesia de Florbela Espanca. A opção pelo verso livre permite-lhe uma outra liberdade de expressão, inovando um dos temas já explorados por Florbela Espanca e outros poetas.

Com os seus dois livros já publicados, Carla Fonseca segue uma longa tradição de poesia autoconfessional, sobre o velho tema do amor. No entanto, acaba por dotar o género e o tema poético de uma certa originalidade, fruto da profunda honestidade com que escreve».

  • Diário de Odivelas - Redação

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