Diário de Bordo – São Tomé | Crónica 5

Acompanhem as crónicas da nossa viagem a São Tomé. António Cruz e Ana Fialho, dois apaixonados por conhecer o Mundo e os seus recantos ainda pouco visitados. António, economista e Ana, professora, aproveitam todos as suas férias nesta exploração. Culturas diferentes, interação com os locais, gastronomia e fotografia são as suas preferências nestas descobertas.

Dia 9

30 de dezembro 2014

Dia de relaxar pelo Norte. Aproveitámos para visitar a Roça Diogo Vaz, onde se pode ver todo o processo do cacau.  Fundada em 1880, remodelada em 2014, possui certificação de produção biológica, nos seus 420 hectares de uma floresta de 150.000 cacaueiros. Aqui é produzido um cacau único e exportado para todo o mundo. Tem escola, creche e posto médico para apoiar os trabalhadores e suas famílias. O resto do dia foi mesmo para relaxar nas praias e comer banana maçã. Pena não chegar a Portugal, porque é simplesmente deliciosa. O polvo e o choco na praia Micondo, completaram na perfeição este dia.

Dia 10

31 de dezembro 2014

Véspera de Ano Novo. Dia totalmente dedicado à cidade. Ida ao mercado, que, em dia de festa, estava uma confusão diabólica, mas sempre animada e interessante. Centenas de pessoas negociavam com os vendedores as suas compras para um dia especial. Visita ao Museu Nacional, que se encontra no Forte de São Sebastião, erguido por forças portuguesas em 1575. Atualmente é também um farol. A funcionária do museu, tinha um ar enfadado em nos receber.  O Museu em si tem uma sala de arte sacra com antigas imagens que estavam nas roças, a sala da tartaruga dedicada à proteção da tartaruga, mas cheia de joias de carapaça de tartaruga… e mais umas salas com louças das roças, mobílias, arte popular e a secretária e caneta onde se assinou a Proclamação da Independência. As salas estão pouco iluminadas e os expositores estão tão sujos, que em muitos quase não se veem as peças. É lastimável que o Museu Nacional não tenha uma conservação mais cuidada e merecida. De toda a beleza estonteante, que temos visto desde a nossa chegada, esta é a única deceção até ao momento.

A tarde foi de convívio com a Isaura, uma vendedora muito simpática de bugigangas e doces, que monta a banca em frente ao hotel, e os putos do reggae.

Véspera de Ano Novo, por aqui também é dia de celebração. Ao princípio da noite um grupo local tocava na Praça da Independência. Fomos à Se Catedral de Nossa Senhora da Graça de São Tome, assistir à missa de fim de ano. Estava a rebentar pelas costuras, com tantos crentes. Muitos cânticos em dialeto local, faz da eucaristia um espetáculo mágico a que não estamos habituados e nos prende a atenção. De seguida zona do Forte, onde a ação acontece. Na discoteca PM, a entrada era muito selecionada. Optámos pela melhor solução que foi beber umas super bock com os locais, que faziam grandes jantaradas de tacho junto ao forte e de onde saiam aromas fabulosos. À meia-noite espetáculo de fogo de artificio, mais umas cervejinhas e regresso ao hotel, que amanhã é dia de partida.

Dia 11

1 de janeiro 2015

Dia de Ano Novo e dia de regresso a Portugal. Dos aeroportos mais complicados por onde passámos. Os estrangeiros têm de pagar 18 € de taxa de saída, mas não foi fácil perceber onde se pagava e como se pagava. Abertura de malas à entrada, para verificação fitossanitária, antes do check in. Depois do check in, abertura da bagagem de mão… Não é fácil a saída, mas tudo correu lindamente. Paragem técnica em Accra, e chegada a Lisboa, com a vontade de voltar para visitar o Príncipe, que já não conseguimos nesta viagem, por indisponibilidade de voos entre as ilhas.

Em resumo, São Tomé é um verdadeiro paraíso, com uma beleza natural incrível, e umas gentes, que apesar de todas as dificuldades na sua vida, nos recebem com um sorriso rasgado e uma simpatia fenomenal. Povo que gosta de partilhar, mesmo tendo muito pouco, foi algo que nos marcou, e que acaba por nos fazer crescer muito. As crianças são adoráveis, e os penteados das meninas são verdadeiras obras de arte. É por isso que viajamos e conhecemos o mundo, porque aprendemos sempre muito com todos aqueles com quem nos cruzamos. Um spot fantástico para quem gosta de fotografia, de praia e de locais poucos explorados.

Como por vezes as imagens valem por mil palavras, decidimos publicar mais algumas fotos abaixo, para que possam admirar em imagens, aquilo que já tentámos transmitir por palavras.

Para a semana novo destino. Vamos levar-vos a uma geografia completamente diferente, numa viagem que passou por 2 países. Deixamos uma pista: Himalaias!

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  • Diário de Odivelas - Redação

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