A osteoartrose ou artrose é uma das doenças reumatológicas/reumáticas mais comuns e tem um grande impacto na qualidade de vida.
Segundo a Organização Mundial de Saúde em 2019, 528 milhões de pessoas no mundo viviam com osteoartrose, sendo que 73% destas pessoas tinham mais de 55 anos e mais de metade eram mulheres.
Uma articulação é formada por ossos, cartilagem, ligamentos e músculos que trabalham em conjunto para nos podermos movimentar. A cartilagem é uma espécie de pele que cobre e protege os ossos, quando ocorre o seu desgaste é formada uma artrose. As articulações mais afetadas são a anca e o joelho.
E a osteoporose?
A osteoporose é uma doença que afeta os ossos, quando estes perdem demasiado cálcio ficam mais frágeis e partem-se com maior facilidade. Os mais afetados são os da anca, coluna e punho/pulso. O osso é mais duro e resistente entre os 20 e os 39 anos, mas com o envelhecimento é natural perderem densidade e resistência. Atenção, a osteoporose não dói! Só há queixas quando há fraturas!
As causas da osteoartrose incluem a idade e o próprio envelhecimento, o excesso de peso, outras doenças reumatológicas (ex. Artrite Reumatoide e Gota), Fraturas e Entorses antigas e uso repetitivo da articulação (ex. costureiros).
As queixas relacionadas com a artrose constituem um motivo frequente de consulta médica. As mais comuns são a dor, limitação ou incapacidade dos movimentos, vermelhidão, traumatismo, rigidez, inchaço ou edema.
Como se diagnostica?
O seu diagnóstico é essencialmente clínico e não carece sempre de exames complementares de diagnóstico, contudo em determinados casos pode ser necessário fazer Radiografia ou TAC. No exame objetivo, o seu Médico avalia quais os movimentos que provocam dor e manobras de alívio, a existência de eventuais nódulos e/ou sinais inflamatórios – inchaço, vermelhidão.
Qual é o tratamento?
Infelizmente, a artrose não tem cura. Os tratamentos existentes têm como objetivo diminuir a dor, impedir o agravamento da doença e evitar a extensão a outras articulações. No seu geral, promovem a melhoria da qualidade de vida, ajudando a viver com esta doença.
A Fisioterapia auxilia no fortalecimento muscular e estimulação da mobilidade, contribuindo para dar mais estabilidade à articulação, o gelo e calor aliviam a dor, melhoram a rigidez e ajudam a realizar os exercícios. A utilização de calçado adequado e dispositivos de auxílio (ex. joelheiras, andarilho, bengala) são outras das estratégias disponíveis.
Está também recomendada a prática de exercício físico, na forma de caminhada, hidroginástica ou bicicleta, num período de duas horas e meia por semana. É importante ressalvar que se sentir dor deve diminuir a intensidade e duração da atividade. É melhor dar vários passeios curtos do que um mais longo!
A adoção de medidas de estilo de vida como o exercício e a alimentação saudável é fundamental não só para impedir o ganho de peso que sobrecarga as articulações, como para a saúde cardiovascular, contribuindo para uma melhor qualidade de vida.
Evite posições de sobrecarga dos joelhos, como estar de pé na mesma posição, caminhar com pesos, saltar e subir ou descer escadas.
Devo tomar medicamentos? Quais?
Em determinados casos, está indicado o tratamento com medicação e/ou cirurgia.
Os medicamentos aliviam a dor, melhoram a mobilidade e a inflamação. Um exemplo de analgésico é o Paracetamol na dose de 500-1000mg cada 6-8 horas. Se não melhorar e tolerar anti-inflamatórios, pode utilizar Ibuprofeno/Brufen na dose indicada pelo seu médico. A Glucosamina e a Condroitina não possuem evidência científica consistente, pelo que deve aconselhar-se com o seu Médico antes de iniciar a toma.
É necessário cirurgia?
Quando todas as medidas anteriores falham e a dor é intensa, a cirurgia pode ser uma opção. Esta consiste em substituir a articulação danificada por uma prótese. Nesses casos, o seu Médico irá reencaminhá-lo a uma consulta de Ortopedia.
Conclusão:
A osteoartrose é uma doença muito comum. Apesar de não existir cura, pode ser prevenida e há formas de melhorar a dor. O excesso de peso piora as artroses e causa mais dor; O tratamento deve ser adaptado a cada um;
Autora:
Drª Alexandra Rocha Campos
Médica Interna do 4º ano de Formação Especializada em Medicina Geral e Familiar
USF Valflores – ULS São José (ex-ACES Loures Odivelas)
Revisão:
Drª Maria Gomes
Médica Interna do 4º ano de Formação Especializada em Medicina Geral e Familiar
USF Valflores – ULS São José – (ex-ACES Loures Odivelas)
Bibliografia:
Guia Prático de Saúde, Osteoarthritis – OMS, Panfleto de Gonartrose – APMGF, Sociedade Portuguesa de Medicina Física e Reabilitação.