Quase toda a gente já teve febre em alguma altura da vida. E todos sabemos o que isso significa: estamos doentes!
Fisicamente, começamos por sentir fraqueza, perda de apetite, dores musculares, depois surgem suores e arrepios de frio e quando pedimos a alguém que nos encoste a mão à testa, dizem-nos que está quente e aí confirmamos a nossa suspeita.
No cérebro, existe uma região chamada de hipotálamo que coordena múltiplas funções no nosso corpo. Uma delas, a temperatura. É o hipotálamo que decide que o nosso corpo se deve manter habitualmente entre os 36 e os 37ºC. Quando estamos num sítio frio e arrefecemos, o hipotálamo ativa todos os mecanismos para aumentar a temperatura do corpo, como os arrepios, que obrigam os músculos a contrair. Quando estamos ao sol, são ativados os mecanismos para nos arrefecer, como a transpiração.
Mas de onde vem e para que serve a febre? Habitualmente, a febre consiste numa resposta normal do organismo a uma infeção por vírus ou bactéria. Quando o hipotálamo se apercebe desta infeção, decide aumentar a temperatura porque, com temperaturas mais altas, as nossas defesas trabalham mais rápido no combate à infeção. Na maioria das vezes, a febre é benéfica e não traz riscos para a saúde.
Apenas se considera febre quando a temperatura é superior a 38ºC, embora esta possa variar consoante o local onde se mede. Por isso é que é tão importante medir a temperatura em vez de encostar a mão à testa.
Existe a preocupação comum em tomar logo um comprimido para não deixar subir a temperatura, mas se não deixarmos que esta chegue aos 38ºC, por um lado, não chegamos a saber se estamos verdadeiramente com febre e, por outro lado, não deixamos que as nossas defesas naturais atuem contra a infeção.
Assim, é importante vigiar as subidas da temperatura, não deixando que esta atinja valores superiores a 39ºC, porque febres mais altas podem causar desidratação, confusão mental, convulsões e até mesmo alucinações. Devemos, também, vigiar as descidas de temperatura, para confirmar que a medicação está a fazer o devido efeito.
A febre, por si só, não é motivo para se ser avaliado por um médico. Mas devemos estar alerta para alguns sinais de alarme que justificam uma avaliação médica, como febre que se prolonga por mais de 3 dias ou que não baixa com a medicação, vómitos persistentes, rigidez e dor ao fletir o pescoço, manchas na pele, dificuldade em respirar, garganta muito inchada ou se fez uma viagem recente ao estrangeiro.
Por isso já sabe, deve medir a temperatura e vigiar sinais de alarme que motivem uma avaliação médica.
Imagem de Gundula Vogel por Pixabay
Marta de Azevedo Avelar
USF Génesis – Póvoa de Santo Adrião